Meus escritos: manifestações no Brasil (por 0,20 centavos?)

Impossível não falar sobre as manifestações que estão ocorrendo em todo o país. Mas dessa vez eu não vou falar sobre o que é a manifestação, nem sobre a violência, nem sobre os baderneiros… Não! Quem quiser saber um pouco sobre o que eu penso, pode ler o que escrevi na FanPage do blog – falando nisso esqueci de mencionar lá sobre o suposto auxílio político que as manifestações recebem…enfim! #senãopodeajudarfazofavordenãoatrapalhar!

Gostaria de refletir sobre algo que todos estão gritando aos quatro cantos, mas antes de mais nada quero deixar bem claro que eu não defendo nenhum partido político, pode ter algum que tenha ideologia legal mas eu desconheço, e a ideologia partidária não significa/não mostra/não representa o caráter dos integrantes! Quero falar aqui sobre a tal corrupção, sobre o tal impeachment da presidente, sobre isso. Entende?

É fácil olhar para algo grande como a politicagem do nosso país e julgar dizendo que eles roubam, que eles são corruptos, que eles fazem pouco caso ao dinheiro dos impostos – aquele que todos pagam. Mas são poucos os que se lembram que eles só estão lá porque a maioria votou neles – mesmo que tenham escolhido aquele representante como uma forma de protesto.

Não é tão simples assim enxergar de fato que os governantes que elegemos estão lá para representar a nossa vontade, para representar o povo! Escrevendo isso lembro-me de aulas nas quais aprendi que quando uma pessoa de um determinado partido recebe muitos votos, ele tem direito de “levar com ele” outras pessoas do mesmo partido para ocupar cadeira…

“Isso acontece porque os votos são antes do partido ou da coligação que do candidato. No sistema de eleições proporcionais – para deputado estadual, federal e vereador – não basta que o candidato seja o mais votado. Ele precisa que a legenda atinja o coeficiente eleitoral, número que resulta da divisão dos votos válidos (dados ao candidato mais aqueles à legenda) pelo total de cadeiras na Câmara Municipal, Assembleia Legislativa Estadual ou que o Estado tem direito na Câmara Federal (70, por exemplo, no caso de São Paulo).” Trecho retirado da reportagem “Efeito Tiririca” da Abril.com 

Apesar de eu achar isso confuso demais e ao mesmo tempo errado (afinal de contas a gente elege por maioria de voto os que deveriam nos representar, não é assim que aprendemos? Porque cargas d’água na prática é diferente??), não é essa a questão do texto! O fato é: eles representam o povo! Eles são corruptos!

Partindo daí posso começar a analisar a questão de um ponto de vista diferente: o povo é corrupto? Muitos dizem que não, muitos afirmam que os políticos não nos representam e eu concordo! Acredito que é a partir dessa mentalidade que nós do povo podemos mudar e consequentemente eleger quem de fato nos represente!

Mas porque mudar?! Não foi você mesmo quem acabou de escrever que o povo não é corrupto? Pois é… mas o problema é que enquanto é fácil julgar os que estão na mídia, é bem difícil julgar a própria atitude de chegar atrasado, encontrar alguém na fila, ir lá conversar com a pessoa e ser cara de pau o suficiente para aceitar entrar na frente dela! Isso para mim significa furar fila! Isso para mim é um ato de corrupção! Mas afinal, o que é corrupção?

“A corrupção pode ser definida como utilização do poder ou autoridade para conseguir obter vantagens e fazer uso do dinheiro público para o seu próprio interesse, de um integrante da família ou amigo” Trecho retirado do site Mundo Educação

Difícil é perceber a própria atitude corrupta quando a pessoa chega atrasada no serviço e sai antes do expediente acabar; quando ela vê o errado acontecendo e não vai denunciar porque tem medo de ser punida; quando imprime documentos particulares na impressora do órgão público no qual trabalha; quando joga lixo na rua, aquele que entope o bueiro e causa alagamento; quando suborna o policial para não receber aquela multa; quando fala com o amigo que trabalha no DETRAN para ele liberar sua carteira que foi apreendida porque você estava dirigindo bêbado!

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Será que também não é a hora de prestarmos atenção nas nossas atitudes diárias para que nós mesmos não nos boicotemos? Para que nós mesmos “tomemos vergonha na cara” e paremos de querer nos dar bem às custas dos outros?

Lembro-me que nas aulas de sociologia algo muito falado era o tal “jeitinho brasileiro”, que ao meu ver é apenas uma artimanha, um jogo de cintura, que o brasileiro tem para burlar as regras, para descumprir as leis, para tirar vantagem! Não está na hora de acabar com isso?

Acredito que nós brasileiros precisamos melhorar as nossas atitudes também, precisamos parar de usar esse “jeitinho brasileiro” e nos tornarmos pessoas que seguem as leis, que conhecem seus direitos mas também os seus deveres. E também acredito que os representantes do nosso povo só irão mudar de fato quando o povo mudar também!

Não quero dizer com isso que os governantes do nosso país não precisam ser mudados, pois precisam sim serem trocados! Mas não só os do alto escalão; presidente, governador, vices, deputados, senadores; todos – ou a grande maioria – precisam cair fora da política do país.

É preciso uma grande reforma política para que os governantes do Brasil de fato representem o povo, representem o desejo do povo. Quero acreditar que com essas manifestações todas as mudanças requeridas vão começar a acontecer – na verdade já começaram, né? – e que nós não vamos nadar para morrer na praia!

Larissa Rehem

Não sabe sobre a manifestação? Que tal conferir o vídeo do PC Siqueira aqui. Ele está bem descontraído, interessante e tem um ponto de vista diferente do meu – no que diz respeito aos manifestantes, bagunça, baderna e em várias outras coisas. É sempre bom ver mais de um lado, né?!